




Desculpem-me por tratar de coisas assim perto do jantar, mas fazer o quê? O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que o Brasil exige, em Honduras, o respeito a convenções internacionais e negou a ingerência do Brasil em assuntos de outro país.
Seria só mais uma bobagem de Tarso não fosse uma peculiaridade. Ele fez essa declaração em Cuba. Sim, naquela ilha aprazível, onde vigoram os mais claros e cristalinos princípios da democracia; onde inexistem presos de consciência, Tarso está dando lições de moral democrática aos hondurenhos.
Um dos segredos do petismo é tentar paralisar o nosso juízo acrescentando um absurdo a outro. Já houve um tempo em que a imprensa brasileira reagia a esse escarnecimento. Hoje em dia, os bolivarianos já escrevem editorais.
Convenções internacionais? Se o lunático Zelaya está asilado na embaixada do Brasil, não pode fazer comício, dar entrevistas, convocar a guerra civil. Se está apenas abrigado, então a representação brasileira está sendo usada a serviço de um dos lados do conflito institucional de Honduras.
Qual é a convenção internacional que autoriza isso?
A propósito: o que Tarso foi fazer em Cuba? Visitar os boxeadores que ele meteu num avião venezuelano, devolvendo-os à ditadura dos Castros? Um deles já se mandou da ilha. O outro, coitado!, virou um pária.
Aliás, há um avião venezuelano também na safadeza de agora. Desta feita, na invasão da própria embaixada promovida por Lula, também houve um avião de Chávez, que conduziu Zelaya da Nicarágua para El Salvador, onde, então, ele passou a contar com a ajuda dos bate-paus de Maurício Funes, mais um lobinho que se finge de cordeiro.
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/
Forças hondurenhas cercaram a embaixada brasileira na capital do país nesta quarta-feira, um dia após entraram em confronto com centenas de seguidores do presidente deposto Manuel Zelaya, que se refugiou na representação diplomática depois de regressar ao país para tentar voltar ao poder.