Imagens e informações que chegam ao restante do país não conseguem transmitir toda a dimensão do drama que a população de Santa Catarina está vivendo. A avaliação é de José Eduardo Rondon, repórter da Agência Folha, em Blumenau (SC). "O cenário aqui lembra um filme de guerra. A sensação que tenho é que estou no epicentro de um terremoto. Neste momento, acabei de passar por uma casa soterrada. Ali, uma mulher foi tirada morta, ontem", relata.
Segundo o jornalista, a situação em Blumenau se define da seguinte forma: ou a pessoa precisa de ajuda ou está ajudando alguém.
"A solidariedade é algo indescritível. Pessoas que deixam suas próprias famílias, muitas vezes com parentes desaparecidos, não param de trabalhar e ajudar também", explica o repórter.
Rondon ouviu diversos relatos e diz que as pessoas são unânimes em dizer que esta enchente supera a de 1983, quando o Estado de Santa Catarina foi atingido por grandes inundações.
"Hoje, já choveu quatro vezes. A cada pingo o semblante das pessoas muda. A sensação que se tem é que os morros estejam desmanchando", descreve.
